Paraíba

De acordo com o Mapa Monitor da Seca, divulgado na segunda-feira (23) pela Agência Nacional das Águas (ANA), a Paraíba teve um aumento de 38% na situação de seca no estado no mês de outubro de 2020.

As áreas atingidas pela situação de seca fraca estão a oeste do estado, compreendendo todo o sertão e alto sertão da Paraíba. Já a situação de seca moderada atinge a região do brejo, agreste e avança sobre o leste do estado com impactos de curto e curto e longo prazo.

Mapa da seca pb

Esse agravamento acontece após a Paraíba ter atingido entre os meses de junho e julho desse ano a histórica marca de 74,18% da área do estado considerada sem situação de seca em seis anos. Nesse período, a região do sertão do estado estava finalizando uma excelente quadra chuvosa que ultrapassou as médias anuais em diversas cidades.

Em Patos, por exemplo, a média anual de chuvas nos últimos seis anos estava estacionada na casa 550 mm. Já em neste ano, a média anual chega, até o momento, aos 1.158,5 mm. Mas, de acordo com o físico e mestre em meteorologia, Rodrigo César Limeira, essa média deve aumentar se considerados os dados pluviométricos registrados neste mês de novembro.

Segundo o especialista, historicamente, a capital do sertão não costuma registrar chuvas neste mês do ano. No entanto, até o momento, os pluviometros instalados na Embrapa e no centro de treinamento do Nacional de Patos já registraram um índice de chuvas na cidade de 115 mm.

Além de Patos, outros municípios do sertão dobraram a média anual de chuvas em 2020. Três deles aparecem na lista das 10 cidades monitoradas pela Agência Executiva de Gestão das águas da Paraíba (AESA) com os maiores registros no estado: Cajazeiras, Catingueira e Olho D'água.

Confira o top 10, abaixo:

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Mas esse aumento na área de seca tem explicação. É que, segundo a ANA, as precipitações chuvosas registradas no mês de outubro na Paraíba são baixas e acompanharam a média histórica nesse ano para esse período.

Se comparado ao mesmo período do ano passado, a situação da Paraíba é bem melhor. Em outubro de 2019, como mostrado na ilustração abaixo, a maior parte do oeste do estado se encontrava em situação de seca moderada e seca fraca em parte do agreste. A região leste, correspondente ao litoral e zona da mata estavam em situação sem seca.

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No entanto, as chuvas observadas no início de novembro já indicam valores acima da média em boa parte do Semiárido da Paraíba e o fenômeno climático e oceânico La Niña tem sua influência, afirma o meteorologista, Rodrigo Limeira.

Com a La Niña configurada, as condições para chuvas seguem favoráveis neste final de ano, e no mês de janeiro de 2021, pontua Limeira, de forma que sua previsão é de chuvas acima da média em dezembro e janeiro no semiárido da Paraíba. A previsão é de que, segundo Rodrigo, as precipitações em dezembro fiquem acima da média histórica para a região.

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