Patos

Acordar cedinho, ainda quando o sol nem tinha aparecido no nascente, e partir para a igreja, era a rotina da dona Laurinda Áurea Resende, de 52 anos, todas as quartas e sextas-feiras durante o período da quaresma. As tradicionais via-sacras saem pelas ruas de Patos recordando, de forma penitencial, os momentos da prisão e tortura de Cristo que, segundo a tradição católica, teriam ocorrido durante a madrugada.

Mas, devido a pandemia da Covid-19, a tradição foi suspensa. Este será o segundo ano em que o ritual sacro não acontece. Dona Laurinda participava na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, na zona norte.

É uma tristeza. Um dos momentos mais bonitos da minha religião, apesar de ser um momento penitêncial, não pode acontecer. A gente torce para que no próximo ano possamos participar e que essa vacina chegue logo para todo mundo. Eu até tinha esperança que fosse só no ano passado, mas aí quando chegou fevereiro e eu vi os números de casos voltarem a subir, eu percebbi que seria mais um ano perdido", lamentou.

Dona Laurinda recorda que participa das via-sacras há quase 20 anos.

"Antes eu escutava pela madrugada os cânticos e rezas das pessoas, mas não tinha como participar. Hoje, como estou mais livre, consigo levantar para fazer minha penitência. Isso já tem quase 20 anos. Eu acredito que ano que vem vai dar tudo certo", explica confiante.

De acordo com o padre Adailton Pedro, responsável pela Paróquia de Fátima, as via-sacras estão acontecendo, agora, nas capelas em horários alternados que devem ser verificados junto aos organizadores.

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