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Os sintomas do coronavírus podem não desaparecer mesmo depois de o vírus não estar mais no organismo.

Já é uma agonia sofrer de Covid-19 com calafrios, febre e outros sintomas desagradáveis. Agora, os especialistas estão descobrindo que algumas pessoas que se recuperaram do coronavírus têm sintomas prolongados que duram semanas ou até meses.

Scott Krakower, psiquiatra de Glen Oaks, Nova York, é um exemplo disso. O homem de 40 anos passou grande parte de abril doente com uma tosse violenta, dificuldade para engolir e calafrios tão fortes que ele continuou tomando banho quente. Ele testou negativo para o vírus no fim de maio.

Agora, em meados de agosto, embora o vírus em si tenha desaparecido, ele ainda tem tosse recorrente, fadiga e fraqueza na voz. Ele não planeja voltar ao trabalho antes de setembro, no mínimo.

Na apresentação a seguir, veja o que sabemos sobre os sintomas da Covid-19 que não desaparecem rapidamente.

O Dr. Krakower faz parte de um número crescente de “long haulers” (pessoas que têm sintomas por mais tempo), que relatam sintomas de Covid-19 muito depois de o vírus ter ido embora.

“Isso nos diz que esse vírus é um pouco diferente dos outros”, diz Todd W. Rice, MD, diretor da UTI médica da Universidade Vanderbilt em Nashville. “Provavelmente causa mais danos e, por isso, tem efeitos residuais mais longos.”

Quantas pessoas apresentam sintomas remanescentes da infecção por coronavírus?

Ninguém sabe exatamente quantas pessoas têm sintomas remanescentes de Covid-19.

Em um Relatório Semanal de Morbidade e Mortalidade (MMWR) de 24 de julho, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) relataram que 35% dos pacientes adultos, a maioria dos quais não tinha estado no hospital, não haviam retornado ao seu “estado normal de saúde” duas a três semanas após o teste ser positivo.

Um estudo italiano publicado em 9 de julho no JAMA – Journal of the American Medical Association descobriu que 87,4% dos pacientes hospitalizados ainda apresentavam pelo menos um sintoma persistente 60 dias após o primeiro sintoma.

Muitas pessoas que relatam sintomas contínuos são mais velhas ou têm comorbidades – os mesmos fatores que colocam você em risco de um caso mais sério de Covid-19, como doença cardíaca ou pulmonar. No relatório do CDC, quanto mais condições crônicas uma pessoa tinha, maior a probabilidade de ela dizer que não estava totalmente recuperada.

Por outro lado, diz Prathit Kulkarni, MD, professor assistente de medicina no Baylor College of Medicine, “os sintomas persistentes podem existir mesmo com formas mais leves de Covid-19.”

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