Patos

 

A pré-eclâmpsia é a causadora da maior parte das mortes maternas no Brasil, enquanto a hemorragia pós-parto é a que mais mata em todo o mundo. Além desses dois indicadores, as infecções na gestação e o trabalho de parto prematuro também entram nas estatísticas de mortes maternas como intercorrências muito comuns. Nesta segunda-feira (15), médicos, enfermeiros e técnicos de Enfermagem de várias unidades de saúde de Patos e de municípios circunvizinhos tiveram a oportunidade de se aprofundar sobre essa temática. A capacitação foi uma das ações da Caravana da Rede Cuidar, que durante todo o dia realizou diversos serviços com crianças e bebês cardiopatas. As atividades aconteceram na sede da Faculdade Integrada de Patos (FIP)

O diretor clínico da Maternidade Dr. Peregrino Filho, de Patos, Dr. Paulo Athayde, foi quem ministrou o curso sobre ‘Sobrevivência Obstétrica’. Conforme o médico, as doenças hipertensivas na gestação requerem um cuidado e atenção especiais e um suporte capaz de assegurar a vida tanto da mãe, quanto do bebê.

“Uma paciente que, por exemplo, seja avaliada como de parto prematuro, ou seja, que esteja tendo contrações abaixo de 37 semanas de gestação, precisa ser encaminhada para um serviço de referência, que disponha de recursos que garantam uma melhor sobrevida do recém-nascido e de assistência dela própria”, destacou ele. Além do curso de ‘Sobrevivência Obstétrica’, foi ministrado o curso de ‘Sobrevivência neonatal’.

O coordenador da Caravana da Rede Cuidar, o pediatra Cláudio Regis, lembra que o Brasil embora tenha avançado nos últimos anos, ainda precisa melhorar os índices quando o assunto é mortalidade materna. De acordo com dados da OMS, no Brasil registra-se 65 mortes maternas para cada 100 mil nascimentos. Na Paraíba, esse dado chega a 70 óbitos por 100 mil nascimentos.

“Esse índice já foi reduzido. Na década de 90, tínhamos 140 mortes para cada 100 mil nascimentos. Hoje temos 70, mas é preciso lembrar que esses dados não refletem somente a qualidade de assistência à gestante na hora do parto, mas um conjunto de fatores que passam pelas condições de vida da gestante, do pré-natal, das condições de saúde dela, etc. A assistência na hora do parto, embora decisiva, por si só não consegue mudar essa realidade”, destaca o médico.

Maternidade recebe kits de sobrevivência obstétrica - Trabalho de Parto Prematuro, Hemorragia, Pré-eclâmpsia e SEPSE (Infecção). Esses quatro fatores que podem levar ao óbito materno podem ser revertidos quando a paciente tem uma assistência profissional adequada, associada a insumos e medicamentos que controlam a situação e impedem o agravamento do quadro. E é justamente com esse propósito que o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Saúde e da Rede Cuidar, está disponibilizando para as unidades de saúde que atendem a gestantes kits de sobrevivência obstétrica.

Na tarde desta segunda-feira (15), o coordenador da Rede Cuidar, Cláudio Regis, esteve na Maternidade Dr. Peregrino Filho, de Patos, durante a passagem da Caravana pela cidade, para entregar ao diretor geral da Maternidade Dr. Peregrino Filho, Dr. Umberto Marinho Júnior, e ao diretor Clínico, Dr. Paulo Athayde, os kits da unidade.

Além dos medicamentos e insumos, os kits são acompanhados por materiais impressos que reproduzem o Procedimento Operacional Padrão (POP) em casos de Trabalho de Parto Prematuro, Hemorragia, Pré-Eclâmpsia e SEPSE, com orientações e checklist desde os procedimentos e exames a serem feitos, como as condutas mais adequadas em cada caso.

Para o diretor geral da Maternidade de Patos, Dr. Umberto Marinho Júnior, embora a unidade já seja dotada de insumos e medicamentos para uma pronta atuação nestes casos, o recebimento dos kits é importante, pois reforça uma iniciativa salutar do Governo em estabelecer procedimentos operacionais padrões para toda a rede de assistência de saúde do Estado.

“Os Procedimentos Operacionais Padrão (POPs) são instruções detalhadas descritas para alcançar a uniformidade na execução de um serviço e isso resulta em melhoria na condução do atendimento, promove uma harmonização dos processos e uniformiza os procedimentos, portanto é uma normativa importante para se conseguir melhores resultados”, destaca Dr. Umberto.

Assessoria

 

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