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Tifany Ester, de 10 anos, recebeu alta nesta sexta-feira (15) após ficar 43 dias internada. Ela nasceu com malformação congênita.

Depois de 43 dias de internação, que incluíram uma cirurgia de 12 horas e uma passagem pelo Centro de Terapia Intensiva (CTI), a pequena Tifany Ester, de 10 anos, voltou para a casa na sexta-feira (15). Além do suporte da equipe do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do apoio da família, uma personagem teve papel fundamental na recuperação da menina: a galinha Pâmela.

A Pâmela é uma amiga para mim. Eu amo a Pâmela, tenho ela desde pequena e amo muito ela. Eu brinco com ela de boneca, brinco com ela no quintal, faço muitas coisas com ela. Quando ela chegou ao hospital, eu fiquei muito feliz, muito aliviada, por ela ter me visitado", contou Tifany.

A menina nasceu com uma malformação congênita do trato urinário e passou os três primeiros meses de vida na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) neonatal. Em fevereiro deste ano, voltou ao hospital para uma cirurgia de reconstrução de bexiga – diversos outros procedimentos ainda serão necessários.

A rotina do pós-operatório, com dores, sondas e drenos, acabou deixando Tifany ansiosa e desanimada.

Após a cirurgia, a Tifany teve crises de ansiedade e medo. Ela não estava querendo comer e não respondia ao tratamento como esperado. Eu tentava conversar, puxar assunto, e ela começou a falar da Pâmela, que estava com saudade de brincar com ela", contou a mãe da pequena, a dona de casa Ana Cristina Vieira da Silva Moreira.

Uma assistente social do hospital, que acompanhava Tifany, ficou sabendo da história e decidiu conversar com a equipe sobre a ideia de levar a galinha para uma visita à paciente. E, no dia 1º de março, o reencontro aconteceu.

Pâmela saiu de Capim Branco, na Região Metropolitana, para visitar a amiga no Hospital das Clínicas, em Belo Horizonte. Com tanta saudade acumulada, o bicho ficou mais de três horas no lugar preferido: o colo de Tifany.

Depois disso, a recuperação da Tifany foi de zero a mil. Ela ficou mais incentivada, começou a interagir mais com equipe, ficou mais comunicativa, passou a ser alimentar melhor, a resposta foi excelente. Foi a mesma coisa que sair do fundo do poço e enxergar a luz de novo. Não passava pela minha cabeça que pudesse trazer um benefício tão grande para a vida dela", contou a mãe.

Para a equipe médica, o resultado da presença de Pâmela na recuperação de Tifany também foi surpreendente. Foi a primeira vez que uma galinha visitou uma paciente no hospital.

A forma de interagir com a equipe mudou, o sorriso dela ficou diferente, a disposição para sair do leito e caminhar. A diferença de como ela estava no leito antes [da visita] e como ficou depois é até difícil descrever", contou o professor de pediatria do Hospital das Clínicas Alexandre Rodrigues Ferreira.

Na volta para a casa, em Capim Branco, nesta sexta-feira, não é difícil adivinhar o que Tifany quis fazer primeiro.

Ela mal chegou e já quis pegar a Pâmela. Já está com ela nos braços", contou a mãe.

g1 Minas — Belo Horizonte

'"Ela mal chegou e já quis pegar a Pâmela. Já está com ela nos braços", contou a mãe.

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