A agente de saúde Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça após uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no Rio de Janeiro, começou a responder a estímulos e apresenta uma "melhora progressiva" nesta quinta-feira (2). A atualização foi compartilhada por meio de boletim médico enviado pelo Hospital Adão Pereira Nunes.
De acordo com a unidade de saúde, Juliana saiu do estado "gravíssimo" para "grave" após realizar uma traqueostomia no último dia 30 de dezembro. A sedação vem sendo reduzida, assim como a ventilação mecânica. Segundo o informe, a agente de saúde apresenta "boa resposta a essa redução de suporte".
O hospital também afirma que o nível de consciência de Juliana vem progredindo, sem novos déficits, e que ela chegou a despertar e interagir com o ambiente. Mas, apesar dos avanços, o boletim aponta que não é possível realizar uma avaliação se a jovem terá sequelas devido aos ferimentos.
O processo de desmame de sedação e ventilação mecânica seguirá, de acordo com a tolerância da paciente. A mesma segue acompanhada pelo serviço de neurocirurgia e cirurgia torácica, em conjunto com equipe multidisciplinar", finaliza o informe.
A jovem está internada desde a noite de Natal, no dia 24 de dezembro, quando o carro onde estava com a família foi alvejado por agendes da PRF, na Rodovia Washington Luís (BR-040), no Rio de Janeiro. Ela foi atingida com um tiro de fuzil na cabeça.
Em entrevista ao jornal Extra, a mãe da vítima, Deyse Leite Rangel, afirmou que os agentes rodoviários não prestaram apoio imediato e agiram apenas quando membros da Polícia Militar chegaram ao local e socorreram Juliana.
Quando paramos, eles viram que fizeram besteira. Aí, do nada, uma patrulha da PM apareceu, perguntou o que estava acontecendo, e um policial pediu para checar a minha filha. Ele falou para mim que ela ainda estava respirando. Os agentes da PRF não fizeram nada, não tentaram socorrer, ficaram perdidos andando de um lado para o outro. Depois disso, eles botaram a Juliana no carro e a levaram para o hospital. Eu me desesperei na hora, só sabia gritar. Fui para cima dele (agente da PRF) e falei: 'Você matou a minha filha, seu desgraçado'. Ele deitou no chão, começou a se bater, pulando, mostrando que fez besteira" , Deyse Leite Rangel - Mãe de Juliana Leite Rangel.
Diário do Nordeste