Progressão de pena do detento foi autorizada pela Justiça
Condenado pela morte do casal von Richthofen, Cristian Cravinhos deixou a Penitenciária Doutor José Augusto César Salgado, em Tremembé (SP), na noite dessa quarta-feira (5). A Justiça autorizou a progressão do regime semiaberto para aberto, e ele passa a cumprir o restante da pena em liberdade, desde que siga uma série de regras estabelecidas pelo Judiciário.
O pedido de liberdade foi concedido pela juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani, da Vara de Execuções Criminais da Comarca de Taubaté. Na decisão, a magistrada destacou o bom comportamento do detento e a avaliação favorável de profissionais que realizaram uma análise psicológica nele. As informações são do portal g1.
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) se manifestou contra a mudança de regime de Cravinhos, porém, a juíza considerou que as objeções não eram suficientes para impedir a progressão.
"Note-se que o apenado usufruiu de diversas saídas temporárias ao longo do cumprimento da pena, tendo sempre retornado ao estabelecimento prisional, sem notícia de intercorrências negativas, o que evidencia mérito e aptidão para iniciar regime prisional mais brando", declarou a magistrada na decisão.
No documento, Armani estabeleceu que o detento deve seguir as seguintes regras para manter a pena em regime aberto:
Comparecer trimestralmente à Vara de Execuções Criminais para informar sobre suas atividades;
Obter ocupação lícita, devendo comprovar para a Justiça;
Sair para o trabalho às 6h, devendo recolher-se na habitação até as 22h, bem como em finais de semana e feriados, salvo autorização expressa deste Juízo;
Não poderá mudar da Comarca sem prévia autorização do juízo;
Não poderá mudar de residência sem comunicar o juízo;
Não poderá frequentar bares, casas de jogo e outros locais incompatíveis com o benefício conquistado.
Se descumprir alguma das determinações, Cravinhos perderá o benefício da progressão, devendo retornar à prisão.
Esta não é a primeira vez que o detento consegue direto ao regime aberto. Em 2017, a Justiça autorizou que ele respondesse à pena em liberdade, porém, um ano depois, perdeu o benefício ao ser detido por agredir uma mulher e tentar subornar policiais, em Sorocaba (SP). Por este caso, ele foi condenado a mais quatro anos e oito meses de prisão.
Caso von Richthofen
Em 31 de outubro de 2002, Marísia e Manfred Von Richthofen foram assassinados em seu quarto, vítimas de um crime arquitetado pela própria filha, Suzane, junto ao então namorado, Daniel Cravinhos, e ao irmão dele, Cristian.
Em 2006, Cristian foi condenado a 38 anos de prisão pelo envolvimento no caso. Já o irmão dele e a filha das vítimas receberam um ano a mais de sentença: 39 anos. Atualmente, os três condenados cumprem a pena em regime aberto.
Diário do Nordeste