Brasil

Voranigo retarda ou impede o crescimento de alguns tipos específicos de tumores cerebrais

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta semana, o registro de um medicamento oral voltado ao tratamento de alguns tipos de câncer no cérebro. A autorização do Voranigo (vorasidenibe) representa um dos maiores avanços da área nos últimos 20 anos, conforme avalia especialista.

Em formato de comprimidos de uso diário, o inibidor de enzimas é recomendado para pacientes, a partir dos 12 anos, com tipos específicos de tumores cerebrais — chamados de astrocitomas ou oligodendrogliomas — de grau 2, com mutação na enzima IDH1 ou IDH2 e que já foram submetidos a uma cirurgia prévia e que não necessitam de quimioterapia ou radioterapia imediata, conforme a bula.

Como funciona o medicamento?

No corpo, as proteínas IDH1 e IDH2 desempenham um importante papel na produção de energia para as células. No entanto, quando há alteração do gene responsável pela produção delas, é possível que isso leve ao desenvolvimento de câncer no cérebro.

Produzido pela farmacêutica Servier, o Voranigo age bloqueando a forma mutada das enzimas, segundo a bula. Na prática, o medicamente auxilia no tratamento da doença ao retardar ou impedir o crescimento de células dos tumorais. 

Aprovado nos EUA

A aprovação da Anvisa segue decisões de outras agências internacionais, como o Food and Drug Administration (FDA), órgão responsável pela regulação de medicamentos nos Estados Unidos, que ano passado também aprovou a droga.

Maior avanço da área em 20 anos

O oncologista Fernando Maluf avaliou, em entrevista à Agência Brasil, que a autorização do órgão brasileiro é o maior avanço na área desses tipos de câncer no cérebro dos últimos 20 anos.

Gliomas são os tumores cerebrais mais comuns que existem. Os de baixo grau acometem preferencialmente uma população muito jovem, que começa a desenvolver esse tumor desde a infância e adolescência até adulto jovem", detalhou.

Os tumores de baixo grau só têm rádio e quimio como alternativas. Essa medicação coloca uma alternativa muito especial para tentar evitar novas cirurgias, radioterapia ou medicamentos mais agressivos. Ela consegue reduzir, de forma muito importante, o risco de progressão da doença às custas de uma boa tolerabilidade", completou o especialista.

Diário do Nordeste

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