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Marcelo Dino deu entrada no hospital na tarde de 13 fevereiro de 2012 com uma crise de asma

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), e sua ex-esposa, Deane Fonseca, receberão uma indenização de R$ 1,2 milhão pela morte do filho, Marcelo Dino. O jovem morreu em 2012, aos 13 anos, por negligência médica. A decisão foi divulgada ontem, sexta-feira (10).

No dia 14 de fevereiro de 2012, meu filho Marcelo Dino (Peixinho), então com 13 anos, foi arrancado para sempre dos meus braços, vítima de péssimo atendimento no HOSPITAL SANTA LÚCIA, de Brasília. Depois de 13 anos e 6 meses de tramitação, a ação judicial que movemos contra o citado hospital Santa Lúcia resultou na sua condenação, com trânsito em julgado”, publicou o magistrado, em seu perfil oficial no Instagram.

Dino informou ainda que a indenização que foi paga será integralmente doada.

O que importa é o reconhecimento da culpa do hospital. Espero que essa decretação de responsabilidade tenha resultado no fim dos péssimos”, completou o ministro.

O magistrado ainda expressou o desejo de que o Projeto de Lei 287/2024, que apresentou quando era senador, obrigando a avaliação periódica da qualidade dos hospitais, seja apreciado pelos parlamentares.

Muitas vezes os hospitais investem mais em granitos, vidros espelhados, belos prédios, do que na qualidade dos seus profissionais e no respeito aos pacientes. Meu filho Marcelo era forte, adorava brincar, jogava bola muito bem, todos os dias. Amava a sua escola, o Flamengo, o seu cachorro Fred (que já se foi), a sua guitarra, que dorme silenciosa no meu armário”, escreveu ainda o ministro.

MAIS DETALHES SOBRE A MORTE

A criança deu entrada no Santa Lúcia na tarde de 13 fevereiro de 2012 com uma crise de asma. Segundo nota divulgada à época pelo hospital, a criança foi encaminhada diretamente para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo estabilizada, mas relatou dificuldade para respirar durante a madrugada.

Ainda segundo o hospital, as equipes tentaram reverter a crise, mas o garoto acabou não resistindo e morreu às 7h do dia seguinte.

Dino e Deane processaram o hospital, sob a alegação de que a médica plantonista da UTI pediátrica havia abandonado o posto, o que resultou na demora no atendimento adequado a Marcelo. Foi nessa ação que os dois obtiveram vitória definitiva.

Uma médica e uma enfermeira chegaram a ser investigadas e processadas na esfera criminal por suposto homicídio culposo (sem intenção de matar), mas acabaram absolvidas por falta de provas em 2018.

Depois de 13 anos e 6 meses de tramitação, a ação judicial que movemos contra o citado hospital Santa Lúcia resultou na sua condenação, com trânsito em julgado.

Diário do Nordeste

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