Por mais uma temporada, a campanha do Sousa na Série D do Brasileiro tem sido abaixo do esperado. O desempenho que a equipe bicampeã paraibana apresentou ao longo do estadual está muito longe do que foi mostrado até agora na competição nacional. Os maus resultados fizeram com que o Dinossauro caísse para a lanterna do Grupo A3. Para o presidente, Aldeone Abrantes, uma possível acomodação do elenco teria sido determinante para o mau momento do time. No entanto, ele acredita que as cobranças estão sendo desproporcionais.
Após a conquista do estadual, o mandatário prometia um Sousa forte para brigar pelo acesso à Série C. Porém, o começo da disputa nacional não foi como o esperado. Em apenas sete rodadas, o Dino teve duas trocas de técnicos. O comandante campeão, Paulo Foiani, saiu na terceira rodada e deu lugar a Francisco Diá, que também não durou muito – apenas dois jogos. A diretoria optou por uma escolha “caseira” para o restante da Série D, com o retorno do técnico Tardelly Abrantes, sobrinho do mandatário alviverde. Além disso, três jogadores também foram dispensados: o lateral-direito Wellisson, o meia Dayveson e o atacante Alisson Farias.
Aldeone Abrantes avalia que a diretoria não errou no planejamento e fez tudo o que era possível para manter um time competitivo. Para ele, há fases no futebol que são inexplicáveis.
Se eu soubesse o que estaria acontecendo, eu já teria as providências. Todo mundo sabe que eu posso ter todos os meus defeitos, menos o pecado da omissão. Eu fiz tudo o que o manual do futebol recomenda. Permaneci com uma base forte. Do time titular, nós não perdemos ninguém. O jogador mais importante que a gente perdeu foi Elielton, que era reserva, mas fez o gol do título (Paraibano). Mas eu trouxe Luis Henrique, que é o atleta mais valorizado do grupo e tem feito uma boa Série D. Só que fase no futebol são coisas que você não consegue explicar. Você olha o que está acontecendo com o Fortaleza, com o Sport, você vê o Botafogo-PB, com milhões e milhões de reais que aportaram aí, também não tem dado uma resposta positiva na Série C. É difícil você explicar resultado negativo
Mesmo sem admitir o que pode ter causado a queda brusca no rendimento do Sousa na Série D, o dirigente acha que o elenco pode ter se acomodado em cima das últimas conquistas do time. Ainda assim, ele acredita que a equipe sousense consiga dar uma resposta para o segundo turno da competição sob o comando de Tardelly Abrantes.
O que eu mais me queixo é a folga que o Sousa teve depois da conquista do Paraibano. Boa parte do grupo é bicampeão (estadual). Então, tem alguns jogadores, acredito eu, que estão acomodados, que são ídolos da torcida, são quase imexíveis, mas estão com o rendimento muito abaixo. Então, você fica procurando uma explicação e não acha. Mudamos a comissão técnica, Diá esteve aqui e, infelizmente, não deu química entre ele e os atletas e chegamos em um acordo. Hoje estamos com uma comissão técnica que já fizemos uma boa partida lá em Natal. Vamos esperar que nesse returno o Sousa possa dar uma resposta. Se não se classificar, pelo menos sair com dignidade da competição. Nós não podemos aceitar, nós não estamos conformados
Mesmo reconhecendo que o Sousa está devendo na Série D, Aldeone Abrantes ainda dispara contra as críticas que o clube vem sofrendo, acreditando que elas não são proporcionais diante dos resultados que as outras equipes paraibanas estão apresentando nos campeonatos nacionais.
Toda hora é buscando o Sousa para tirar o foco. Eu só vejo cobrança em cima do Sousa, porque o Sousa não está reagindo e os daí (João Pessoa e Campina Grande) estão? Qual é o time que está pelo menos na zona de classificação na Paraíba? Só vejo cobrança em cima do Sousa, justamente para tirar o foco dos insucessos dos daí. Como se o Sousa fosse o único responsável para alavancar o sucesso do futebol paraibano. Não é bem assim”, disparou.
Independente se a campanha do Sousa na Série D resultar ou não no acesso, o Aldeone avalia que a temporada de 2025 tem um saldo positivo, não só pelo título paraibano, mas pelas participações nas Copas do Brasil e do Nordeste.
Estamos lutando para que nós possamos terminar com dignidade a competição. Fizemos um ano bom, não estamos coroando com a cereja do bolo, que seria o acesso, mas tivemos um ano bom. Fizemos um boa Copa do Brasil, fomos garfados por um dos líderes do Campeonato Brasileiro, o RB Bragantino, aqui dentro (no Marizão). Fizemos uma Copa do Nordeste razoável, vencemos o Fortaleza, jogamos com quatro equipes de Série A e não fizemos feio contra nenhuma. Então, temos um ano positivo. Vamos lutar ainda, tem chances, enquanto tiver bambu, tem flecha. Temos um ano positivo. É o que a gente está pensando, desistir jamais, essa palavra não existe no Sousa. Vamos lutar até o fim.
O Sousa ainda terá pela frente mais sete jogos pelo segundo turno da Série D para tentar buscar a classificação para o mata-mata. Na última posição do Grupo A3, com quatro pontos, a cinco do quarto colocado, o Ferroviário.
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