Mundo

A Argentina vence sua terceira Copa do Mundo, em partida dramática decidida nos pênaltis com destaque para Messi

Parecia um jogo fácil para a Argentina na final da Copa do Catar, no estádio Lusail. Mas foi um enredo dramático, em que o jogo foi para os pênaltis depois do empate de 3 a 3 na prorrogação e a seleção argentina venceu nos pênaltis, por 4 a 2.

Ainda no primeiro tempo Lionel Messi marcou um gol de pênalti (discutível) e iniciou a jogada do lindo gol de Di Maria. E passou a sobrar no jogo, até os 35 minutos do segundo tempo. Foi quando Mbappé fez um primeiro gol de pênalti e na sequência outro no canto esquerdo do goleiro Emiliano Martínez

A Argentina sentiu a substituição de Di Maria no começo do segundo tempo e a França cresceu na partida. Na prorrogação, o jogo ficou muito equilibrado, com ataques para os dois lados e muitas, muitas chances de gol. Messi fez o terceiro, em que a bola chegou a ser tirada de dentro do gol. E Mbappé fez de pênalti.

Uma final histórica.

A campanha da Argentina

A Argentina começou a Copa perdendo da Arábia Saudita, a maior zebra das Copas do Mundo. Nunca um time tão favorito havia perdido de virada. Depois disso, o técnico Lionel Scaloni mudou as escalações, as formações e o esquemas táticos nas seis partidas seguintes. O time foi melhorando e passou a encantar.

Na final contra a França, um time sempre ofensivo, o técnico voltou a escalar Di Maria como titular. O meia entrou nos três primeiros jogos, sofreu com dores no quadríceps e retornou só contra a Holanda nas quartas de final. O camisa 11 argentino perdeu a final da Copa de 2014 por lesão, mas esteve em campo na conquista da Copa América de 2021.

A seleção argentina contou no Catar com um importante 12º jogador: a torcida, uma das mais atuantes na Copa. Nas partidas e principalmente na final, os torcedores não pararam de cantar “Muchachos”, a música tema desta seleção argentina. A melodia é antiga, do grupo La Mosca e Tsé Tsé, e tocada tradicionalmente durante os jogos locais, principalmente no estádio do Racing.

A nova letra foi composta pelo músico Fernando Romero e faz alusão aos soldados que lutaram nas Malvinas, aos pais de Maradona, a Messi, à conquista da Copa América contra os brasileiros em pleno Maracanã e, dramática, aos anos chorados pelas finais perdidas.

Messi mais perto de Maradona

Circula na internet um vídeo dos próprios jogadores do time argentino cantando a música "Mucachos" dentro do vestiário, com Messi pulando e agitando a camisa nas mãos. Esse é um Lionel diferente do habitual, com um comportamento mais próximo ao polêmico Maradona, ídolo maior dos torcedores argentinos.

Comenta-se que a transformação de Messi começou na Copa América de 2021. Antes daquela final, ele fez um discurso motivacional em que diz que o destino colocou a competição no Brasil (por causa da pandemia, a Argentina se recusou a ser sede), mas que isso traria um gosto diferente à vitória. O vídeo desse momento passou a circular nas redes sociais.

No Catar, Messi falou muito mais. No jogo das quartas de final provocou Van Gaal ao comemorar o segundo gol da Argentina, fazendo um gesto levando as mãos aos ouvidos. O técnico holandês havia dito antes que Messi não havia encostada na bola na semifinal da Copa de 2014, quando os holandeses foram derrotados pelos argentinos.

Depois, na coletiva após o jogo no Catar, Messi aparece dizendo “que mirás, bobo” para o atacante Wout Weghorst, que marcou os dois gols pela Holanda. Difícil imaginar o argentino com essa atitude algum tempo atrás.

Lionel Messi chegou à final como recordista de participação em Copas. Em jogos, estava empatado com o alemão Lothar Matthäus, com 25 partidas. Em vitórias, foram 16 antes da partida contra a França, duas a mais que o alemão. E em gols eram 11, um a menos que Pelé.

Exame

Compartilhe: