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A pesquisadora afirmou que os animais são, na realidade, lobos-cinzentos que sofreram cerca 20 modificações genéticas

A cientista-chefe da Colossal Biosciences, empresa que afirmou ter recriado a espécie extinta de 'lobo-terrível', Beth Shapiro, admitiu ser impossível a desextinção do animal. A informação é do g1.

Durante uma entrevista ao New Scientist, a pesquisadora afirmou que os animais são, na realidade, lobos-cinzentos que sofreram cerca 20 modificações genéticas.

Não é possível trazer de volta algo idêntico a uma espécie que existia. Nossos animais são lobos-cinzentos com 20 alterações genéticas clonadas. Dissemos isso desde o começo. Colocaram o nome de ‘lobos terríveis’ de forma coloquial, e isso irritou as pessoas”, declarou Shapiro.

‘EXAGERO’

Em abril deste ano, após a empresa de engenharia genética anunciar a desextinção do canino-pré-histórico, a comunidade cientifica repudiou a ação e disse se tratar de "exagero" ou "mentira".

Essas modificações parecem ter sido derivadas do material genético recuperado do lobo terrível. Isso faz deles lobos terríveis? Não. Faz deles lobos-cinzentos ligeiramente modificados? Sim", afirmou o professor de Ecologia Global da Universidade Flinders, Corey Bradshaw.

O paleogeneticista Nic Rawlence, da Universidade de Otago, na Nova Zelândia, também afirmou que não acreditava que a empresa fosse capaz de trazer da extinção uma espécie. Para ele, a descoberta não passa de um híbrido.

O lobo-terrível está em um gênero completamente diferente dos lobos cinzentos [...] De cerca de 19 mil genes, eles determinaram que 20 mudanças em 14 genes deram a eles um lobo-terrível”, explicou o especialista em entrevista à BBC News.

EXTINTA HÁ MAIS DE 10 MIL ANOS

A Colossal anunciou, no dia 7 de abril, o "retorno" do Dire Wolf (lobo-terrível), extinto há cerca de 10 mil anos.

Pela primeira vez na história da humanidade, a Colossal restaurou com sucesso uma espécie outrora erradicada por meio da ciência da desextinção”, expressou publicação no site oficial da empesa.

Segundo eles, para o feito, a startup teria extraído o DNA de fósseis, mais especificamente um dente de 13 mil anos e um crânio de 72 mil anos.

Após decodificar o genoma dos lobos, reescreveram o código genético dos parentes vivos mais próximos dos animais, o lobo cinzento, e por fim, para mães de aluguel, foram utilizados cães domésticos.

Como resultado, a empresa conquistou o nascimento de três filhotes: dois machos chamados Romulus e Remus, em alusão a lenda da criação de Roma, e uma fêmea filhote batizada de Khaleesi, racionada à personagem de Game of Thrones.

Diário do Nordeste

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