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Operação terá início em 30 de dezembro. Boeing 777 da Malaysia Airlines desaparecido em 2014 transportava 239 pessoas

As buscas pelo voo MH370 da Malaysia Airlines, desaparecido em 2014, serão retomadas ainda neste mês, informou o Ministério dos Transportes da Malásia, mais de uma década após o desaparecimento da aeronave, em um dos maiores mistérios da aviação.

O voo MH370, uma aeronave modelo Boeing 777-200, partiu de Kuala Lumpur às 00h41, horário local, em 8 de março de 2014, com destino a Pequim. O avião foi visto pela última vez no radar militar às 2h14, seguindo para oeste sobre o Estreito de Malaca. Meia hora depois, a companhia aérea anunciou que havia perdido o contato com a aeronave, que deveria pousar em seu destino por volta das 6h30.

Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (3), o Ministério dos Transportes confirmou que as buscas seriam retomadas em 30 de dezembro deste ano, informando que a empresa americana de robótica Ocean Infinity reiniciaria a busca no fundo do mar ao longo de um período de 55 dias, realizada de forma intermitente.

O comunicado afirma que as novas operações terão como alvo áreas onde se acredita haver maior probabilidade de encontrar a aeronave, embora detalhes sobre os locais exatos de busca não tenham sido divulgados.

O voo MH370 desviou-se da rota e desapareceu dos radares de tráfego aéreo em 8 de março de 2014, durante um voo de rotina de Kuala Lumpur para Pequim. A bordo estavam 12 tripulantes malaios e 227 passageiros, a maioria cidadãos chineses. Trinta e oito passageiros malaios estavam a bordo, juntamente com sete cidadãos e residentes australianos, além de cidadãos da Indonésia, Índia, França, Estados Unidos, Irã, Ucrânia, Canadá, Nova Zelândia, Holanda, Rússia e Taiwan.

Especialistas em aviação até hoje estão intrigados com o desaparecimento do Boeing 777, uma aeronave de tecnologia moderna, altamente confiável sob o ponto de vista operacional, amplamente utilizada por companhias aéreas em todos os continentes e repleta de redundâncias em seus sistemas de navegação e comunicação.

Hipóteses como suicídio orquestrado por parte da tripulação ou sequestro sempre vêm à tona, desprovidas, no entanto, de comprovações.

Nos anos que se seguiram ao desaparecimento, vastas áreas do Oceano Índico foram vasculhadas na tentativa de localizar os destroços do avião, por meio de esforços multinacionais e privados, sem sucesso.

No ano passado, a Malásia afirmou estar disposta a reabrir a investigação sobre o desaparecimento caso surgissem novas provas convincentes.

O país concordou com um contrato “sem resultados, sem pagamento” com a Ocean Infinity para retomar as buscas em uma nova área de 15.000 km² (5.800 milhas quadradas) no oceano. Segundo o acordo, a Ocean Infinity receberá US$ 70 milhões somente se forem encontrados destroços.

No entanto, as buscas mais recentes no sul do Oceano Índico foram suspensas em abril deste ano devido às más condições climáticas.

As famílias das vítimas têm lutado há muito tempo por responsabilização, afirmando que são necessárias respostas para evitar outra tragédia. Algumas viajaram para Madagascar em 2016 para vasculhar as praias em busca de destroços: partes de um avião foram encontradas ao largo das costas da Tanzânia e de Moçambique.

Em janeiro de 2017, as autoridades da Malásia, Austrália e China anunciaram o fim das buscas subaquáticas pelos destroços, após dois anos e meio de buscas realizadas por equipes australianas em uma área de 120.000 km² no sul do Oceano Índico.

Mais tarde, nesse mesmo ano, os investigadores australianos divulgaram o seu relatório final sobre o desaparecimento, afirmando que a incapacidade de dar um desfecho ao caso às famílias das vítimas era uma “grande tragédia” e “quase inconcebível” na era moderna.

Em 2018, uma investigação oficial da Malásia concluiu que o avião foi virado manualmente em pleno ar, em vez de estar sob o controle do piloto automático, e que a “interferência ilegal por terceiros” não podia ser descartada.

No entanto, rejeitou a teoria que sugeria que o piloto e o primeiro oficial derrubaram o avião numa missão suicida e descartou a falha mecânica como causa.

Em comunicado divulgado na quarta-feira, o Ministério dos Transportes da Malásia afirmou:

Este último desenvolvimento reforça o compromisso do governo da Malásia em proporcionar um desfecho para as famílias afetadas por esta tragédia.”

Portal Correio   

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