Paraíba

O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria da Infraestrutura e dos Recursos Hídricos (Seirh), entrega mais oito sistemas de dessalinização em sete municípios do Curimataú, Agreste e Cariri do Estado, construídos por meio do Programa Água Doce (PAD).

Os sistemas já se encontram em funcionamento e beneficiam 206 famílias, num total de 679 pessoas, com investimento de R$ 1,8 milhão, realizado em parceria com o Governo federal, municípios e sociedade civil organizada.

Os municípios beneficiados são: Alcantil (Sítio Barbosa), Algodão de Jandaíra (Sítio Petisca), Amparo (Assentamento Serrote Agudo), Campina Grande (Av. Venâncio Tomé de Araújo), Casserengue (Assentamento 25 de Julho), Damião (Sítio Faixa), Desterro (Comunidade Aparecida e Sítio Barra do Vieira).

O Programa conta atualmente com 101 sistemas em funcionamento, que recebem manutenção conforme metodologia, ofertando água para o consumo humano, utilização em trabalhos domésticos e para os animais.

A ação beneficia 60 mil pessoas, direta e indiretamente, fornecendo água de qualidade para mais de 400 instituições públicas, como associações, escolas, cadeias, templos religiosos, unidades básicas de saúde (UBS) e hospitais, prefeituras e secretarias. O investimento total no programa é de R$ 25,712 milhões.

O PAD visa estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano por meio do aproveitamento sustentável de águas subterrâneas, incorporando cuidados técnicos, ambientais e sociais na implantação e gestão de sistemas de dessalinização no semiárido brasileiro, levando-se em consideração a característica da presença de sais nas águas subterrâneas desta região.

Para o coordenador estadual do PAD, Robi Tabolka, o sucesso do programa se deve ao trabalho de uma equipe técnica comprometida, aliada à gestão compartilhada com municípios e comunidades, por meio de reuniões, oficinas e capacitações beneficiando populações e assim tornando uma política pública eficiente.

Programa Água Doce como fonte de pesquisa

O professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e doutorando em Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia, Marcos Quintairos, revelou que,

conhecer o Água Doce foi uma experiência única. Um choque de realidade de ver primeiramente que na Amazônia a população é cercada por água e encontra uma realidade no semiárido de escassez hídrica. É um projeto deste que leva dignidade, esperança de vida para o povo, que por lei deve ter acesso à água de qualidade”.

O professor está em visita à Paraíba, por um período de 20 dias, em intercâmbio na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), como parte do doutorado.

O PAD foi um dos programas escolhidos pelo doutorando, que defende a tese dos usos e sistemas de abastecimentos de água de chuva na Amazônia, fazendo um estudo comparativo entre o Estado do Norte do País e a realidade do semiárido, por meio dos programas desenvolvidos.

Dentre os programas em estudo estão o Água Doce, Água para Todos, o programa de Cisternas e como esses programas interferem no desenvolvimento local, observando também como a população tem recebido os projetos e quais tecnologias utilizadas no semiárido”, explicou o professor Mário.

Segundo ele, em conversas com os beneficiados do Água Doce, teve a percepção de que a comunidade tem a melhor receptividade possível.

As pessoas falam da água com alegria e satisfação. Tratam a água como o bem precioso que é e com um carinho que não se percebe na Amazônia, por exemplo. Quando a comunidade começa a falar da água, revela a esperança na melhoria de vida, que a gente fica até mais novo. A gente vê a esperança nos rostos das pessoas. Isso é magnífico, não tem algo que pague uma experiência dessa”, destacou.

O professor Mário também avaliou que foi uma experiência maravilhosa para compartilhar com os alunos.

Em uma era de fake news é importante conhecer e mostrar a realidade do semiárido nordestino, conhecer as políticas públicas que estão sendo implementadas e o aluno da região da Amazônia saber que dentro do semiárido não existe só seca, mas existe outra realidade de uma região rica em diversidade, esperança e o acesso à água, que gera o desenvolvimento. Então levar isso pra sala de aula dentro de um ambiente amazônico é fantástico”, observou o professor.

Secom

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