Paraíba

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Núcleo de Doenças Crônicas e Negligenciadas, em parceria com o Ministério da Saúde e Organização Pan-americana de Saúde (Opas), promove nesta quarta (4) e quinta-feira (5) uma capacitação para médicos e enfermeiros que atuam na assistência à pessoa com tuberculose, preferencialmente, em Unidades Básicas de Saúde (UBS) dos municípios prioritários para a doença. O objetivo é capacitar estes profissionais para o manejo clínico da tuberculose, com base nas novas recomendações do Ministério da Saúde. O evento está acontecendo no Littoral Hotel, na capital, das 8h às 17h.

Segundo a chefe do Núcleo de Doenças Crônicas e Negligenciadas da SES, Anna Stella, a redução da transmissão da doença depende de um diagnóstico precoce, do tratamento adequado, como também, do monitoramento e controle dos comunicantes intradomiciliares de tuberculose, levando a quebra da cadeia de transmissão.

Dessa forma, a qualidade do cuidado à pessoa com a doença está relacionada à prática dos profissionais da atenção primária, principal porta de entrada do SUS. Daí a importância do evento que atualizará estes profissionais sobre novas tecnologias, novos medicamentos e novas formas de assistência, aumentando a detecção em seus territórios”, disse.

De acordo com o consultor nacional em Tuberculose e Hanseníase da Opas/OMS - escritório do Brasil, Kleydson Andrade, a tuberculose é a doença infecciosa que mais matou na história da humanidade e continua sendo de grave letalidade.

Desde 2020, a tuberculose só não matou mais pessoas por ano do que na pandemia da Covid-19, mas, ainda assim, é uma doença que mata muito e, além disso, traz uma série de incapacidades que dificultam atividades laborais das pessoas acometidas pela doença. Então, são necessários serem implementados o diagnóstico precoce e o início oportuno do tratamento visando evitar que a pessoa acometida evolua para formas graves, formas multidroga resistentes ou óbitos”, observou.

O técnico do Ministério da Saúde, Victor Oliveira, informou que esta capacitação vem acontecendo em todo país.

O Ministério vem trabalhando intensivamente em multiplicar as informações, aliado às três esferas de governo, atualizando a todos para que o combate à doença seja cada vez mais eficiente e a consigamos diminuir os dados, tanto de novos casos, como de coinfecção tuberculose/HIV e de mortalidade”, pontuou.

Segundo a gerente operacional de Condições Crônicas e Infecção Sexualmente Transmissível (IST), Ivoneide Lucena, a coinfecção tuberculose/HIV é a principal causa de óbitos para a pessoa com HIV e tuberculose.

Para se ter uma ideia da gravidade, dos cerca de 120 óbitos de pessoas com HIV, em 2023, desses, 70% tinham HIV e tuberculose. A SES prioriza essa temática dentro da vigilância em saúde para o fortalecimento da política e, consequentemente, a ampliação do cuidado e a redução dos óbitos”, informou.

O diretor técnico do Clementino Fraga, infectologista Fernando Chagas, lembrou que muitos tratamentos que deveriam ser feitos nas UBS acabam sendo feitos nos hospitais de referência.

49% do tratamento de pessoas com tuberculose de todo estado é feito no Clementino, que é a referência para a doença na Paraíba. Este é o momento de atualizar, preparar esses profissionais para que possam ofertar o tratamento nos seus serviços, encaminhando para os hospitais de referência apenas os casos de complicação”, disse, destacando ainda a modernização dos tratamentos, a exemplo de drogas novas para tuberculose latente e exames mais modernos, como o LF-LAM - teste rápido para detecção da tuberculose em pessoas vivendo com HIV, ofertado apenas pelo SUS.

Dados da tuberculose na Paraíba - Quando comparados aos dados de 2023, no período de janeiro a julho, neste ano de 2024, a Paraíba apresenta 841 casos novos da doença em adultos e 29 casos em crianças, enquanto no ano passado, o estado registrou 861 casos novos de tuberculose em adultos e 24 em crianças.

Quanto ao percentual de coinfecção tuberculose/HIV, foi de 11% em cima dos casos novos notificados, em 2024, também no mesmo período de janeiro a julho. Em 2023, no mesmo período, o percentual de coinfecção foi 8,8%.

A doença – A tuberculose é uma doença transmissível que afeta principalmente os pulmões. O diagnóstico deve ser realizado logo nos primeiros sinais e sintomas: tosse há mais de uma semana; falta de apetite; perda de peso, fraqueza; febre baixa ao entardecer; cansaço e suor noturno.

Governo do Estado da Paraíba 

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