Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) identificaram uma nova espécie de mosca predadora na Mata Atlântica. Batizada de Hemerodromia mystica, a espécie foi encontrada no Parque Estadual da Pedra Branca (PEPB), na zona Oeste do Rio de Janeiro. A descoberta foi publicada na revista International Journal of Tropical Insect Science.
O estudo contou com a participação de Josenir Teixeira Câmara, da UFPB, e pesquisadores do IOC/Fiocruz. A mosca se desenvolve dentro do casulo vazio de borrachudos, pequenos insetos hematófagos, em um comportamento chamado inquilinismo. Ainda não se sabe se isso ocorre sempre ou apenas quando há casulos disponíveis.
O nome mystica faz referência à personagem de quadrinhos que muda de forma para se camuflar, semelhante à estratégia do inseto dentro do casulo. A espécie também pode predar borrachudos em diferentes fases, ajudando a controlar populações que transmitem doenças como oncocercose e mansonelose.
Com apenas 3 milímetros, a mosca tem corpo escuro, asas transparentes e patas adaptadas para capturar presas. O espécime foi coletado no Rio Piabas, dentro da Zona de Preservação do Parque Estadual da Pedra Branca, região com vegetação típica da Mata Atlântica e água limpa, condições essenciais para a espécie.
As amostras foram depositadas na Coleção Entomológica do IOC/Fiocruz, permitindo estudos futuros sobre a biologia e o desenvolvimento da espécie. A descoberta evidencia a biodiversidade ainda pouco conhecida em áreas próximas a grandes centros urbanos e a importância de pesquisas para a conservação ambiental.
Portal T5