Paraíba

A falta de dinheiro é a justificativa mais usada por traficantes da Paraíba para justificar a entrada no crime, segundo dados de um levantamento do Instituto Data Favela divulgado na última segunda-feira (17). De acordo com a pesquisa, para 46% dos entrevistados o principal motivo de entrada no tráfico é a necessidade econômica.

Por outro lado, 6% dos traficantes do estado disseram que, se tivessem emprego com carteira assinada, sairia da criminalidade. O índice é 3,3 vezes menor que o percentual nacional, de 20%.

Os dados fazem parte da pesquisa Raio-X da Vida Real, realizada pelo instituto, que é ligado à Central Única das Favelas (CUFA), no período entre 15 de agosto de 2025 e 20 de setembro de 2025, em favelas de 23 estados.

Confira detalhes do levantamento no âmbito nacional:

Perfil e condições de vida

A pesquisa mostra que, em todo o ecossistema, 79% dos entrevistados são homens e 21% mulheres; e menos de 1% se declarou LGBTQIAPN+. A mãe é a figura mais importante para 43% dos respondentes; filho (as) representam 22%, e referências femininas (mães, avós, tias, companheiras) somam 51% dos vínculos afetivos mais citados. Além disso, 84% afirmam que não deixariam um filho entrar para o crime.

Renda, trabalho e permanência

Os dados indicam que 63% ganham até dois salários-mínimos na atividade criminal. Para 18%, não sobra dinheiro no fim do mês. A pesquisa aponta ainda que 36% exercem um segundo trabalho remunerado legal, e 56% já passaram por encarceramento pelo menos uma vez.

Gênero, desigualdades e vulnerabilidades

As mulheres são mais frequentes em funções auxiliares dentro da estrutura do crime. Entre elas, 13% relatam ter entrado para a atividade por motivos relacionados à violência doméstica, alcoolismo ou drogas no ambiente familiar.

No recorte de renda, 37% das pessoas LGBTQIAPN+ ganham até um salário-mínimo, assim como 35% das mulheres.

MaisPB

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