Patos

Duas famílias de Patos vivem o drama de ter os corpos de parentes trocados. Jeová Ferreira Nunes, 50 anos, morador do bairro Monte Castelo e uma mulher de nome e idade não revelados, morreram no Complexo Hospitalar Regional de Patos e tiveram os corpos trocados. De acordo com a família do paciente, o corpo da mulher foi enterrado no lugar do corpo de Jeová.

Segundo a filha do relojoeiro Jeová, Jéssica Santos, a dor do luto está sendo ainda pior por terem sepultado outra pessoa ao invés do pai. Ela reclamou do descaso na troca de corpos.

“Ele morreu domingo, dia 10, e o enterro aconteceu às 10 horas da noite. Mas na verdade meu pai ficou na pedra do hospital e trouxemos outra pessoa para sepultar. Ficamos sabendo só ontem à noite desse absurdo por terceiros e não pela direção do hospital. A assistência funerária fez a remoção do corpo que foi enterrado no lugar do meu pai, no cemitério Santo Antônio, e foi feita a troca dos corpos”, desabafou.

Jeová morreu com suspeita Covid-19, no domingo (10). Ele estava na UTI de Covid-19 no Complexo Regional desde a noite da última quinta-feira (7), quando deu entrada na unidade hospitalar. Jéssica questiona que houve demora na intubação do pai diante da piora no estado de saúde dele.

Meu pai foi levado no oxigênio pelo Samu para o hospital Regional, pois ele estava com um cansaço intenso. Ele era para ser entubado com a saturação abaixo de 90%, só que se passou dois dias com a saturação em 62% e mesmo assim eles não fizeram a entubação, deixaram para entubar no último momento em que ele já estava debilitado e não resistiu”.

 

NOTA DE ESCLARECIMENTO

O Complexo Hospitalar Regional Dep. Janduhy Carneiro de Patos (CHRDJC) esclarece que já abriu sindicância para apurar o caso de troca de corpos ocorrido em seu necrotério. Reitera ainda que segue protocolos rígidos de identificação de corpos após atestado de óbito ocorrido na unidade.

Não fugiu aos procedimentos a identificação de dois pacientes que vieram a óbito no último dia 10/05: o de uma senhora, ocorrido na área vermelha, e de um senhor, no isolamento Covid. Em ambos os casos, a equipe de Enfermagem seguiu a rotina e fez as identificações duplas, ou seja, tanto no próprio corpo, através de fitas adesivas, quanto no involucro, como determina o protocolo.

Reiteramos que a sindicância apurará os fatos até para que não pairem dúvidas sobre esse lastimável acontecimento. Também nos solidarizamos às famílias dos mortos, com a consciência que fizemos o que teve ao nosso alcance para que eles tivessem a melhor assistência em suas necessidades. Às famílias, nossa solidariedade e sentimento de pesar e à disposição para juntos descobrirmos quem gerou esse lamentável acontecimento.

CHRDJC

Patos, 12 de Maio de 2020

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