Política

A política da Paraíba já se redesenha para 2026. O grupo do governador João Azevêdo (PSB), que parecia marchar unido para uma vitória tranquila, assiste a um racha silencioso. A saída do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, do Partido Progressita (PP) e a insatisfação do presidente da Assembleia, Adriano Galdino, do Republicanos, mostram que a aliança que sustentou a última eleição começa a se fragmentar.

Do outro lado, a oposição se articula: Efraim Filho, senador pelo União Brasil já declarou pré-candidatura ao governo, Veneziano Vital vai buscar a reeleição ao Senado, aliado ao grupo dos Cunha Lima, que possui um forte spoiler político em Campina Grande. Nesse cenário de incertezas, um nome ganha peso: Hugo Motta.

Presidente da Câmara dos Deputados e líder estadual e vice-líder nacional do Partido Republicanos, um partido estratégico, Hugo acumula trajetória política rara. Ele foi eleito o deputado federal mais jovem da história do Brasil, aos 21 anos, e em 2022 obteve a maior votação entre os paraibanos. Em 2025, aos 35 anos, assumiu a presidência da Câmara dos Deputados, o segundo cargo mais importante da República, ampliando seu poder de articulação em Brasília e repetindo o feito de ser o presidente eleito mais jovem da história da Câmara dos Deputados. A relação próxima com João Azevêdo e a capacidade de diálogo o colocam como elo indispensável entre governo e oposição.

hugo e joao

Os fatos comprovam. Nas eleições de 2022, o Sertão, base política de Hugo, mostrou sua força ao eleger João Azevêdo governador, mesmo com derrotas em João Pessoa e Campina Grande, cidades historicamente decisivas para qualquer pleito estadual. Um resultado que vem mudando o jeito de se fazer política e alianças.

Com isso, o racha na base de João na corrida eleitoral de 2026 deverá expor ainda mais a força de Hugo Motta na política paraibana que conta ainda com o poder da influência que ele também exerce como presidente da Câmara Federal. O lançamento da provável chapa majoritária de 2026, encabeçada pelo atual vice-governador Lucas Ribeiro e tendo ainda o próprio João Azevêdo e o prefeito de Patos, Nabor Wanderley, disputa pelo Senado, causou insatisfações no grupo da situação.

Cicero e Adriano

O resultado é esse: o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena agora articula sua candidatura ao governo por outro partido. O presidente da Assembleia Legislativa, Adriano Galdino também colocou seu nome como pré-candidato ao executivo estadual, chegando a declarar que deixaria o partido (Republicanos) caso o presidente Lula o convidasse para ser seu candidato na Paraíba.

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Nesse tabuleiro político fragmentado, Hugo Motta surge como peça-chave. Sem o apoio consolidado de Cícero em João Pessoa e sem uma base coesa em Campina Grande, o governador João Azevêdo se ancora cada vez mais no respaldo político de Motta e dos Ribeiros. O detalhe é que o presidente da Câmara tem uma condição pouco comum: é visto com respeito tanto pela base governista quanto pela oposição, sendo até cogitado nos bastidores como nome de consenso para disputar o governo.

Esse poder de articulação faz dele um protagonista natural no cenário que se desenha para 2026 e não deixa dúvida que Hugo já é o principal líder político da Paraíba.

 

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